Um triste acontecimento
teve lugar no país na semana passada. Um grupo de fiéis da Igreja Adventista do
Sétimo Dia abandonou a sua congregação e decidiu criar uma seita religiosa
denominada ‘A luz do Mundo’. O grupo abandonou também a doutrina social da sua
antiga igreja, que é baseada nos Mandamentos da Lei de Deus e noutros
princípios da Bíblia Sagrada, e formulou a sua própria doutrina com base no
fanatismo religioso, no ódio em vez do amor ao próximo, na divisão e na
mentira, com o propósito de não respeitar a autoridade do Estado e de promover
a anarquia.
Essa doutrina fomenta a
desintegração da sociedade e a separação das famílias, estimula o pecado e é
contra os valores, os princípios morais e cívicos e os usos e costumes do povo
angolano. A seita ‘A luz do Mundo’ é, de facto, uma ameaça à paz e à unidade
nacional.
Os seus
mentores dizem que o mundo vai acabar em 2015 para assustar as pessoas, porque
a Bíblia Sagrada não fixou nenhuma data para o mundo acabar. Dizem também que
as famílias devem vender os seus bens, em particular as suas casas, abandonar
as aldeias e vilas e viver nas montanhas e florestas.
Isto é,
na realidade, um atentado à vida e ao bem-estar das pessoas, que ficam privadas
de abrigo face às intempéries, de cuidados médicos e de condições para a
educação dos seus filhos. É um regresso inaceitável à vida primitiva, é uma
violação grave dos direitos dos cidadãos estabelecidos na Constituição e uma
perturbação da ordem social aí definida.
A
Procuradoria Geral da República, o Ministério do Interior e a Polícia Nacional
tomaram, em tempo oportuno e em conformidade com a Lei, as medidas pertinentes
para pôr termo às actividades ilegais e aos desacatos dos responsáveis da seita
‘A luz do Mundo’ nas províncias da Huíla, Bié, Huambo, Benguela e Kwanza-Sul.
A
reacção violenta do chefe da seita e dos seus colaboradores mais próximos, que
assassinaram os agentes da autoridade do Estado, demonstra que estamos diante
de indivíduos perigosos que devem ser todos rapidamente capturados e entregues
à justiça. A acção dos órgãos de Defesa, Segurança e Ordem Interna vai
continuar com o mesmo vigor para desmantelar completamente essa seita e, nesse
sentido, apela-se ao apoio e colaboração de toda a população. Devemos render
uma profunda homenagem a todos os oficiais e agentes da Polícia Nacional que
com coragem e determinação sacrificaram as suas vidas no cumprimento do dever,
quando foram cobardemente assassinados pelos responsáveis da seita ‘A luz do
Mundo’.
Por essa razão, deve-se
promover ao grau imediatamente superior e a título póstumo estes bravos
oficiais, organizando funerais com dignidade e dando todo o apoio necessário às
famílias enlutadas.
Por
outro lado, é necessário que o Governo promova, com o apoio da Sociedade Civil
e das Igrejas, uma ampla campanha de educação para a ressocialização e
integração de todos os cidadãos que foram enganados em outras vilas e aldeias
ou nas suas terras de origem. O Governo deverá mobilizar os meios necessários
para apoiar as províncias atingidas por este fenómeno.
Importa,
pois, que a Polícia Nacional e os outros Órgãos de Defesa e Segurança reforcem
a vigilância e a acção para garantir a paz e a tranquilidade das pessoas.
Sem comentários:
Enviar um comentário